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Andamos por uma rua movimentada. Carros, casas, tempo. Tudo parecia nos levar ao passado. Andamos devagar, vagando sem pressa, sem compromisso, só pensando que um dia chegaríamos. E chegamos.
Cheiro de velho, ar de antigo,
tudo que nos rondava parecia que podíamos nos levar para um passado distante, desconhecido. Risadas, choros, conversas escritas à nossa volta que em uma vida
não daria tempo de conhecer todas elas. Livros. Livros por todo lado. Livros novos,
livros de 1942, revistas Playboy antigas. Tudo à nossa disposição. Até que
fomos “expulsas” do sebo. Mas logo entramos em outro.
Passamos a tarde sentadas no chão
daquele outro sebo ali da esquina. Vendo livros nunca vistos. Vendo livros muito vistos. Livros que o tempo já
havia chegado há tempos, amarelos meio palha, com muitas histórias dentro dele,
além da escrita pelo autor. E só por causa disso, por ter uma história a mais para ser descoberta, valia apenas 15 reais. 5 reais.
Passamos aquela tarde de outono sendo observadas pelos olhos da garota ruiva do
balcão, que nos olhava intrigada, diferente da menina que nos havia expulsado
do primeiro sebo. Olhava-nos falar, rir e escolher que livro levar. Olhava-nos passear
por aquele pedaço de paraíso. Olhava-nos dar o dinheiro felizes por aquele dia ter acontecido. Olhava-nos ir embora. Mas vamos voltar. Não se preocupe porque iremos voltar. Porque
as histórias não acabaram.
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