quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Não precisa dizer adeus."

(The Call - Regina Spektor)




Fazer uma crônica nunca tinha sido uma tarefa muito difícil. Mas agora, escrever algumas palavras no computador parecia... Parecia... Na verdade não sei bem o que parecia. Mas era difícil. Talvez por ter tantos sentimentos camuflados no meio das palavras que eu usava para tentar expressar tudo que havia acontecido naqueles três dias, eu travava. E sentia que algo estava faltando. Uma frase, uma palavra. Talvez até um texto inteiro.Um texto inteiro para falar como aquilo tudo tinha sido um sonho. Para mostrar que ia ser difícil de deixar a vida seguir normalmente, sem que todas as vezes que eu visse uma foto, um nó se formasse em minha garganta.
Mas a vida continuava. Tão rápida como antes. Como um anestésico para a saudade. Mostrava que talvez existisse vida depois de tudo que havia acontecido em tão pouco tempo. Mostrava que não era tudo que tinha ido embora. Não para sempre. O que aprendemos continuava lá, as pessoas, as fotos. As lembranças. Lá no que chamamos de mente, que guarda tudo isso, aguardando pacientemente o coração parar de choras de saudades para começar uma fase nova da vida velha. Cheia de despedias como essa.
E sentada aqui escrevendo isso, penso, repenso, e chego em uma conclusão não muito boa, mas agora, nesse momento, é bom de se pensar: "Se há despedias, é por que houve chegadas."
E uma chegada não podia ter sido melhor do que essa.


(Tema: Uma crônica sobre Paraty)

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