domingo, 16 de dezembro de 2012

"Dentro do som do silêncio."



(Sound of Silence - Simon & Garfunkel)

Lá de cima, bem de cima tudo parecia bem. A mesma agitação, o mesmo barulho, as mesmas luzes da Grade São Paulo. Naquela noite, por não ser muito diferente das outras, tudo parecia bem. Mas não estava. Pois se todos os carros desligassem o motor, se todas as luzes se apagassem, se todas as vozes se calassem, se todos parassem por um instante, iam ouvir. Iam ouvir o choro da garota. 
Não precisava-se de muito esforço, ela chorava alto. Chorava, soluçava, suplicava. Revivia o passado e se perguntava o porque de tudo aquilo. O porque daquele choro ardido, daqueles sonhos destruídos, daqueles dias perdidos.
As respostas vinham junto de mais lágrimas de desgosto. Desgosto da vida, desgosto do passado, do presente do futuro. Desgosto por procurar respostas e não achar nenhuma além daquela:Ele havia ido embora. Deixado-a ali, chorando, sozinha.
Se todos os carro desligassem o motor, se todas as luzes se apagassem, se todas as vozes se calassem, se todos parassem por um instante, iam ver como a garota suplicava por um futuro diferente.
Mas tudo continuou igual. A mesma agitação, as mesmas vozes, as mesmas luzes da Grande São Paulo. E nem erra preciso muito esforço. Ela chorava tão alto...

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